Adeus Belchior!

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes. Nome grande, mesmo que seu nome fosse mesmo assim, não é? NÃO! Faz jus à grandeza dessa pessoa humana e desse poeta. Conhecido simplesmente como Belchior, foi o compositor mais completo da sua geração. Teve poucos parceiros, pois a maioria de suas canções eram de autoria unicamente dele: Letra e melodia. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.

A música brasileira está de luto, porque a perda de um gênio como Belchior, empobresse ainda mais a cultura brasileira que passa por momentos tão críticos de gostos e desgostos musicais, com porcarias sendo aplaudidas e divulgadas pelos meios de comunicação da forma que, expulsa dos meios os verdadeiros poetas.

Mas Belchior não morreu, porque a sua obra é perpétua. E, diferente das porcarias que rodam por aí, vai estar viva e na boca do público culturalmente educado para sempre.

Não posso afirmar, mas imagino que ele abadonou a carreira pelo desgosto que eu mesmo sinto de não poder escutar mais nada da atualidade: rádio nenhuma, TV nenhum canal. Graças a Deus existe a Internet para ler notícias, assistir filmes e ouvir a boa música.

E a quase prova disso é o lugar onde Belchior escolheu para passar seus últimos dias. Uma pequena cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul.

Adeus meu amigo Cabeção! Jamais esquecerei nossas noites no Esquina Predileta da, também saudosa, Ana Fonteles onde, inclusive, comemoramos um dos seus aniversários. E você foi o último a chegar para a sua festa de aniversário, lembra?

Vá morar com Deus, porque lá você será mais ouvido e prestigiado, porque lá pra onde você vai não existe nada que despreze o seu valor.

Vá amigo! Aqui ficamos todos de luto. Seus amigos, seu público e a cultura brasileira a amenizar a saudade ouvindo suas músicas.

Adeus Belchior, adeus meu amigo!