A espirituosidade do cearense transpõe fronteiras. Veja que, até quando fala sério, o cearense faz piada. Quando a, então prefeita de Fortaleza, Luiziane Lins falou em uma entrevista que se o presidente Lula apoiasse um POSTE para qualquer cargo político o tal poste seria eleito pelo povo, não sabia que essa brincadeira passaria a fazer parte da vida pública mundial relacionada à política.
Naquela época o Presidente Lula estava em alta com o seu populismo acima da média, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Essa história do Lula eleger um POSTE correu mundo e, assim como, a frase “Senta a Pua” levada por cearenses para a Força Aérea Brasileira para a Itália na Segunda Guerra Mundial contra o Nazismo.
Hoje a imprensa mundial se refere ao Presidente da Argentina, Alberto Fernandéz como o “poste” de Cristina Kirchner, o presidente quase eleito dos Estados Unidos como o “poste” do Obama e o presidente da Bolívia Luis Arce como o “poste” do Evo Morales.
O cearense é assim. Na última copa do mundo (2018), em plena ocorrência da operação “Lava a Jato”, como é normal em todos os jogos do Brasil, o hino ser apresentado somente em parte, pela sua extensão, no primeiro jogo do Brasil no Estádio Castelão em Fortaleza foi apresentado em sua totalidade.
Explico. Quando os jogadores dos Brasil e México entram no gramado do Castelão se deparam com o estádio lotado com faixas que expressão o sentimento do cearense pela situação atual e apoio à operação “Lava a Jato” da Polícia Federal com dizeres de “Não somos contra a Seleção, mas à corrupção”.
Os alto falantes do estádio então começam a entoar o Hino Nacional. O povo cantando o hino em plenos pulmões. Poucos segundos depois da introdução os alto falantes encerram a execução do hino, porém, o público continua a cantar o hino e, em plenos pulmões ainda mais altos, cantam o hino até o final.
O mundo inteiro assiste essa demonstração de patriotismo pela televisão e os brasileiros de outros estados emocionam-se de tal forma que, depois daquele jogo em Fortaleza, a cena iria se repetir em todos os jogos da seleção brasileira em outros estados até o final da copa do mundo de 2018.
Para o cearense não importava se o Brasil seria campeão ou não. Os olhos estavam voltados para algo muito mais importante que o futebol. Calma! Estou falando dos cearenses conscientes social e politicamente antenados. Ignorantes também habitam as terras do Ceará moleque.
O Ceará que fez e faz diferença para o desenvolvimento e a história do nosso querido Brasil. Com a magnitude do filósofo e jurista Clóvis Beviláqua que criou o primeiro, e ainda na maior parte em vigor, Código Civil Brasileiro; na valentia do grande Marechal General Tibúrcio e na maestria do Quintino Cunha.
Sem esquecer tantos outros cearenses ilustres que fizeram o Brasil a fora em todas as áreas, seja na música (como Alberto Nepomuceno, Fagner, Belchior , Ednardo e outros), na literatura (como José de Alencar, Raquel de Queiróz e outros), na indústria (como Elano Paula, Edson Queiroz e outros), comércio, política (como Castelo Branco, Miguel Arraes e outros) e nas artes em geral (como Chico Anysio, Renato Aragão e outros).
O cearense tem um “que” de espiritualidade (como Bezerra de Menezes, Peixotinho e outros) para criar. Para fazer história. Para deixar sua marca seja por onde passe.